13/11/2019

JAMBOS VERDES





Nessas tristes tardes 
Debruço-me sobre a janela a colher jambos. 
Infinita tristeza de jambos amarelos 
Jambos verdes, jambos vermelhos. 

Flores dançam ao léu, 
Vermelhas pétalas de aurora. 
Cobrem calçadas, 
Cobrem o colete dos soldados cancioneiros. 

E há sabiás de peito avermelhado: 
Recolhem rosas no céu. 
Recolhem minha tristeza 
Amarga tristeza: risos de outrora. 

Hoje, já não mais giram e quando giram 
Não retornam essas aves retardatárias. 
Memórias esguias. 

E resta o silêncio, insólito silêncio: 
Escada de pedra 
Cravada no peito. 

Onévio  Zabot


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