(Abril de 1937)
O vento corta os seres pelo meio.
Só um desejo de nitidez ampara o mundo...
Faz sol. Fez chuva. E a ventania
Esparrama os trombones das nuvens no azul.
Ninguém chega a ser um nesta cidade,
As pombas se agarram nos arranhacéus, faz chuva
Faz frio. E faz angústia...É este vento violento
Que arrebenta dos grotões da terra humana
Exigindo céu, paz e alguma primavera.
Mario de Andrade
In Poesia Completa
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