Esta efêmera paixão alada sem destino.
Corriqueiro andar dos desatinos olhares,
Nas sombras dos passar das horas sem motivos:
Ficando somente a vontade abrupta de apreciar
Momentos por outrora jamais vividos.
No balbuciar dos lábios que ensaiam
Eternamente um ligeiro sorriso...
Esta é a nossa descomunal sina:
Neste andar peregrino, com esta humana veste,
Desta mortal carne que perece a cada dia!
Oh! Paixões, olhares, lábios invisíveis:
Vem no passar das horas sem avisos,
Destroçar algoz, encantos de meninos,
Dilapidando sonhos impossíveis
Enchendo a alma de saudades:
De coisas, por fim, não vividas!
Luís Antônio Rossetto de Oliveira
In Solitude
tela de Odilon Redon
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