06/11/2010

ILHA DE SEMPRE





Tu cheiras a canela e a rocio,
a laranja vista na primavera;
névoa do beijo de que antes era
alaúde desperto ao manar um rio.

Um choupo a procurar, sombrio,
a nostalgia perdida em sua ribeira
e há vidas; e um mundo e uma fogueira
deixa teu nome ao redor do meu.

Quer o destino um bosque alucinado,
sua condição assim, a planta obscura,
açucena que ao raio havia convocado.

E este quis sua ilha sempre viva
como trevo gemendo na planura
de que é amor e chama pensativa.

Jorge de Lima
In Poesia Completa
foto de tobey308

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