19/01/2011

O AMOR

 

Por que constantemente ambicionamos
Se nada é nosso, tudo aqui deixamos?
Se desta vida a leve alma incorpórea
Não nos leva sequer vaga memória?

Amemo-nos, que enquanto nos amamos,
Felizes como os pássaros nos ramos,
Esta doce emoção, mesmo ilusória,
Vale mais que o poder, o luxo e a glória.

Só sabe quem perdido, tresloucado,
Amou profundamente e teve a sorte
De apertar contra o peito o peito amado,

Também ardentemente apaixonado.
Depois de tão esplêndido transportes,
Que importa a dor da vida e da morte?

Débora Leão
In Remoto Sonho
tela de Willem Haenraets

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