A dor do arrependido é como a chaga
Sem remédio, é remorso.Um se embriaga,
Um outro ao suicídio foi levado.
Só sei de um que, no caminho errado.
Arrepende-se e enquanto o rosto alaga
De amargo pranto, a mão de Deus apaga
Todos os erros do cruel passado:
Só Francisco de Assis foi perdoado.
Mas antes de ir pro Céu fez-se poeta,
A solidão do campo era o convento,
A passarada alegre, irrequieta
Ruflando as asas, gorgeando ao vento,
Era o coro de anjos do profeta
Cantando salmos no firmamento.
Débora Leão
In Remoto Sonho
tela de Sandro Botticelli
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