Agora que a luz se apagou
e a solidão restabeleceu seu domínio,
ouço com receio a linguagem do escuro
que me des-norteia a vida.
Nasci sob o signo da morte
mas prefiro-a assim,
conquistada aos poucos.
Porção diária de veneno
que injeto na raiz da vida
até que ela, afinal, desapareça.
E a linguagem do escuro prevalece
(ainda que se acendam todas as luzes)
como sendo a linguagem universal de tudo
a tecer as teias da incompreensão fraterna.
Milton Carlos Rezende
In Areia (À Fragmentação da Pedra)
foto de dubbelt_halvslag no Flickr
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