05/03/2011

NOITE DE VERÃO




















Pingos caem, o ar está inquieto.
Não sopra nenhum vento.
Na rua um ébrio canta longamente:
é um canto incerto e frágil como uma criança.

Cala-se agora:
o céu se delacera,
e no intenso azul claro do relâmpago
fulgura a rua.

Como um trotar de cavalos brancos
vem o barulho da chuva.
A apagadas as luzes, dissolvidas as formas,
águas se precipitam e me rendem cativo.

Hermann Hesse
In Andares
tela de Kerfily

Um comentário:

Maria Rodrigues disse...

Amiga lindissimo poema e uma tela encantadora.
Tenha um maravilhoso Domingo, pleno de alegria, paz e harmonia.
Beijinhos
Maria