Quando revemos nossa casa, agora,
andamos encantados pelos cômodos,
ficamos longo tempo no jardim
onde - meninos levados - brincávamos.
E de todos os outros esplendores
que pelo mundo afora conquistamos,
nenhum mais nos legra nem agrada
quando o sino da igreja faz-se ouvir.
Calados repisamos velhas trilhas
cruzando o verde terreno da infância:
e elas no coração tornam-se vivas,
grandes e estranhas, como um belo conto.
Mas tudo o que estaria à nossa espera
já não há de ter mais o puro brilho
de outrora - quando, ainda rapazolas
no jardim caçávamos borboletas.
Hermann Hesse
In Andares
tela de Phillip Gustave
2 comentários:
Dione que poesia linda...
Cheia de saudades, mas com a certeza de que a vida prossegue seu caminho.
Amei seu blog, hei de segui-lo!
Abraços pra ti
Recordar nos faz reviver momentos inesquecíveis que retornam para alimentar nosso presente e impulsionarmos em direção ao futuro.
Vale este momento de nostalgia pois aquece a alma. Adorei a escolha. Bjs eloah
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