Arde a mirra do minuano
que pesca a própria fugacidade.
Singra errante à ira das ondas
o minuano que não cansa,
que não faz sombra às penhas,
que não faz sombra em nada.
Vendo o minuano que erra vazio,
a prata da torrente marinha
escachoa embebida de lonjura,
tudo porque a flora invisível
do minuano soprou em seu sonho vago
fráguas de luz sem tóxico glacial.
Por isto, agora, arde o minuano
no ventre silencioso da água atlântica.
Fernando José Karl
In Brisa em Bizâncio
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