11/02/2013

PERFEIÇÃO



Nunca entrarei jamais o teu recinto:
Na sedução e no fulgor que exalas,
Ficas vedada, num radiante cinto
De riquezas, de gozo e de galas.
 
Amo-te, cobiçando-te...E, faminto,
Adivinho o explendor das tuas salas ,
E todo o aroma dos teus parques sinto,
E ouço a música e o sonho em que te embalas.
 
Eternamente ao meu olhar pompeias,
E olho-te em vão, maravilhosa e bela,
Adarvada de altíssimas ameias.
 
E a noite, à luz dos astros, a horas mortas,
Rondo-te, e arquejo, e choro, ó cidadela!
Como um bárbaro uivando às tuas portas!
 
Olavo Bilac
In Literatura Comentada
   

Nenhum comentário: