Eis-me de volta! É longe donde venho…
Venho dessa
distância que separa
teu beijo quente e
a gargalhada clara
do triste ricto
que em meus lábios tenho.
Regresso desse
abismo que se chama
Ausência… Venho de
regiões sombrias…
De um lustro
secular de cinco dias,
que doido é o
tempo de quem muito ama !
Regresso de um
presídio onde cumpri,
dentre as
penalidades – a mais alta:
Sentir na carne a
dor da tua falta,
sem deixar nunca
de pensar em ti.
Retorno da saudade
dolorida,
da contenção do
meu desejo imenso;
e voltar, e
sentir-te, é o mesmo – penso –
que, estando
morto, retornar à vida.
Perdoa, pois, a
febre dos desejos;
perdoa se os meus
beijos e os abraços
machucarem a carne
de teus braços
e a tua boca se
sangrar de beijos.
(1952)
Ivo Barroso
http://gavetadoivo.wordpress.com/page/7/
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