Adormeci nas reticências da vida,
enquanto meditava tempos.
Aconcheguei-me nas dobras do vento,
onde a sombra tricota interrogação.
Não sei se me quedei assim vencido
por obra do cansaço, ou covardia,
recem-saído que vinha
da galeria do herói arrependido.
Às vezes despertando
para olhar na fresta da suspeita,
quando a visão se esforça,
(mas somente estreita),
tentando vislumbrar um movimento.
Hoje parece que vem um sol boiando lento,
querendo aportar em minha lassidão.
A vida reticente que me dê licença,
desvisto o escuro,
descasco o vazio,
abraço o futuro.
Embarco num ponto de exclamação!
Flora Figueiredo
In Amor a Céu Aberto
tela Olga Gouskova
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