Esta ponte insegura, sempre frágil,
entre o que foi e o que é, mais que vital,
é, para mim, a fonte do que faço,
o motivo de amar, de ser e de ir,
que me faz seguir sempre mais adiante
do que se não tivera o tempo atrás.
Ah, tempo, que me pregas tantos peças,
tanto me imprensas contra o derradeiro
muro, por trás do qual tudo é obscuro,
dá-me como entender todas as coisas,
antes que vá, sem compreender, ao menos,
por que aqui estou, por que vivi, por que
cheguei sem esperar e, quando for,
irei sem ter pedido ou desejado.
Reynaldo Valinho Alvarez
In Galope do Tempo
Imagem Claude Monet
Nenhum comentário:
Postar um comentário