Quando chegou, nem parecia ser.
Agora é isto, este pulsar violento
a rir à toa, a crepitar no vento,
e este oceano, e este amanhecer,
mais estas comoções de anoitecer,
mais estes girassóis no pensamento,
raio fendendo a alma (lento,lento...),
e esta estranheza de dizer e crer,
e este ácido pássaro no peito,
e uma ternura ardendo na ferida,
e um silêncio, e um fragor, e o céu desfeito
por sobre tudo, e a lua comovida
chorando um choro cândido, perfeito
a esta tortura do esplendor da vida!
Ruy Espinheira Filho
In Estação Infinita e Outras Estações
Imagem Carlos A.Quintero
Um comentário:
Para mim ler um bom Soneto é o máximo da poesia, pois quem se dedica a esta forma de Poesia, merece todos os aplausos desta bela arte!
PARABÉNS, pelo espaço literário, deixo um convite para conhecer meu novo espaço,
Efigenia
http://efigeniacoutinho-duetos.blogspot.com.br/
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