Agosto em brasa... O céu, de zinco ardente,
Palpita em "calma", desde a madrugada,
E a terra inteira seca, revoltada;
Todo o arvoredo sangra, impaciente!
Os "restolhos" crepitam na "queimada"
Deste sopro de lava incandescente,
Que se reflecte em fogo, no poente,
Em mágica visão alucinada!
Nem mesmo quando chega a noite escura,
Um bálsamo suave de frescura
Envolve a terra em místico sudário!
Mas, por que fantasia de ternura
Minha alma alentejana só procura
Este louco e fantástico cenário?
Maria de Santa Isabel
In Flor de Esteva
arte Carlos Sousa/Alentejo
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