Há um remendo novo
nas presas da aranha.
Seus sensores
estranham insetos,
habitando almas.
Sucos digestivos
amargam a teia desfeita:
Aracne vence a deusa Atena,
mas o amor tece a morte.
Ficam as articulações feridas,
e da pele surgem cutículos
desprotegendo a visão:
oito olhos sangram.
Aracnídeos brincam de sonhar nos vãos da porta,
cegos para o enamoramento.
Rita de Cássia Alves
In Fios de Agora
arte Jacopo Robusti,called Tintoretto
Athena and Arachne
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