25/10/2021

A APRESENTAÇÃO




Quando chegou o dia prescrito pela antiga lei,
José e Maria puseram-se em marcha.
Levaram o menino consigo
e dirigiram-se a Jerusalém,
cidade do templo do grande Rei.
Numa gaiola carregavam duas pombas mansas,
oferta ordenada dos textos de Deus.

Ora, havia entre os judeus um velho, Simeão,
que amava seu povo e era por ele amado.
Muitas noites passara contemplando as montanhas
à espera de que delas descesse aquele justo
em quem se cumpririam as profecias
pois esperava consolação.
As perseguições se sucediam. Ninguém estava seguro da
própria cabeça. A liberdade era um fio fugaz. A dor,
o pão de todos.
Cada soldado podia bater sem que ninguém dissesse:
"- Basta!"
Sentira-se muitas vezes como no fundo de um poço
e ninguém lhe jogara a corda para subir à tona mesmo com
as mãos feridas.
Mas o Espírito Santo o conduziu até as portas do templo.
Confiaram-lhe Jesus para o rito da aliança.
E foi ele o primeiro entre os homens a derramar o sangue do
Senhor,
Ligando-se pelo ferro sagrado ao mistério ainda oculto da
Cruz.
Quando as gotas da circuncisão lhe aspergiram as mãos,
tocou-as um relâmpago
e ergueu-as num cântico súbito
porque o Paraiso se abrira a seus olhos:
- Deus seja bendito
que vi o Menino.


Odylo Costa, Filho
de Notícias de Amor
arte Giotto

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