30/10/2021

O DESTINO DA FOLHA


 Irás... eu ficarei folha, sem dono,
Dispersa e então levada pelo vento,
Tu verás que ainda mesmo ao abandono
eu saberei calar o meu tormento.

E quando a folha morta, tão sem dono,
For levada daqui, num desalento,
Há de levar para velar-lhe o sono 
A saudade de ti  - único alento - 

Hei de sonhar um turbilhão de versos...
E hei de juntar os que já estão dispersos
Como cinzas desfeitas sem calor...

E quando a  primavera trouxer lírios,
Acenderei dois sonolentos círios.
E rezarei por ti, por nosso amor!

Lausimar Laus
de A Décima Carta - Laus.Apenas.
arte Dorina Costras

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