Por não fazer o bife perfeito,
por não pregar o botão na camisa,
por não manter o sapato engraxado,
por ser a companheira insuficiente,
impertinente, indecisa,
por não saber me comportar quando a seu lado,
eu me retiro.
Quando confiro o saldo apurado,
só me entristeço
por ver o acorde no violão, estagnado,
o poema de amor, interminado,
o romantismo que hoje já não se admite.
No lugar que eu agora não mereço,
fica uma vaga a quem quer que se habilite.
Não fica mágoa,
não deixo sombras,
nem endereço.
Flora Figueiredo
In Florescência
Foto de HKmPUA no Flickr
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