Olha o tempo, caído nessas pétalas
e evaporado nessas vagas nuvens,
olha-o no olhar e no sorriso
em que os belos rostos se desfolham.
Anda o tempo, anda o tempo, o sem-cessar
com pés de névoa e de silêncio anda
frutas e corações amadurecendo.
Ouve o passo do tempo como pisa
meu coração,as uvas e os sonhos;
ouve o rio do tempo como cruza
terras floridas, jovens comarcas...
Vem, senta-te à direita de minha alma,
à margem do rio do crepúsculo,
e oponhamos ao tempo, ao inimigo ,
a doçura de sermos dois na tarde.
Eduardo Carranza
In Antologia Poética
tela A.Andrew Gonzales
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