Dois sinos tocam ao finado,
um maior, como que do céu
chamando,
e a alma melancólica
respondendo
‘já vou indo, meu pai’,
é o sino menor dobrado.
Outro sino
nove vezes na tarde badala
ad aeternum evocando a chegada
do antigo anjo dos mitos .
Aqui, sinos
não celebram grandes impérios
nem cataclismos rememoram
nem por isto menos sino se torna
o eco do longínquo que sentimos.
Aqui também bate o sineiro
Sinos doces, pequeninos
e da branca torre, no natal,
todo ano
como num encanto
desce do Deus menino
um soprinho.
Fernando Campanella,
Dezembro de 2007)
(Foto by Fernando Campanella)
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