07/03/2009
Foto de nicolas valentin
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Este poema é uma paráfrase
do poema 30 d'O Jardineiro
de Rabindranath Tagore
No meu céu, ao crepúsculo, és igual a uma nuvem
e tua cor e forma são como eu as disponho.
És minha, muito minha, mulher de lábios doces,
e vivem na tua vida meus infinitos sonhos.
As luzes da minha alma te avermelham os pés,
o agro meu é mais doce em teus lábios.
Oh ceifeira de minha canção de entardecer,
como te sentem minha meus sonhos solitários!
És minha, muito minha, vou gritando na brisa
da tarde e o vento arrasta a minha voz viúva.
Caçadora do fundo de meus olhos, teu roubo
estanca como as águas o teu olhar noturno.
Prendeu-te minha música em sua rede, amor.
Minhas redes de música são amplas como o céu.
Minha alma nasce à margem de teus olhos de luto.
Em teus olhos de luto o país do sonho espera.
Pablo Neruda
In Vinte poemas de amor
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