13/03/2009

ETERNO




Ainda que a noite desça, escura e silenciosa,
e o nosso grande amor em cinza se desfaça,
eu não te esquecerei: tu serás essa rosa
que a gente sempre vê por detrás da vidraça.

Mesmo que sobre ti, sobre nós, a desgraça
caia como um colar de cólera amargosa,
tu não me esquecerás: serei essa fumaça
que a gente sempre vê numa tarde chuvosa.

Assim, se algum abismo estre nós esboçar-se
e o remanso de amor evolar como o gás,
sem mágoa e sem rancor, sem mentira e disfarce,
eu não te esquecerei, tu não me esquecerás.

Gilberto Mendonça Teles
In Poemas Reunidos
foto de pacoveratf

Nenhum comentário: