19/04/2009


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DURMO OU NÃO? Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.

Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolto omniscências,
turbulentamente estagnado.

Mas,lento,vago, emerjo de meu dois.
Disperso.Enfim: sou um , na realidade.
Espreguiço-me.Estou bem...Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?

Fernando Pessoa
In Novas Poesias inéditas
02.10.1933

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