O vento vem vindo
de longe
de não sei onde,
vem valsando,
vem brincando,
sem vontade de ventar.
Vem vindo devagar,
devagarinho,
mais viração
que vem e vão,
e vai e volta
e volta e vai.
De repente,
o vento vira rock
e vira invencível serpente,
E voa violento
e vai velhaco,
vozeirão varrendo
várzeas, verduras
e violetas.
E vira violinista,
vibra na vidraça,
vira copo e vira taça,
e zoa e zoa
- uma zorra!
O vento,
mesmo veloz,
tem tempo pra brincadeira,
tem tempo pra causar vexame.
E enche a casa de sujeira
e ergue vestido de madame.
Elias José
In Namorinho de Portão
Foto de 4.bp.blogspot.com
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