02/05/2009

MÍNIMOS



um sopro
 ninguém viu
de onde vem
ninguém sabe*
aonde vai

um vírus
quase
nada

um
ponto
na
enseada

um quantum
envieza o olhar

uma artéria
e Roma não tem bocas
e Inês é folha morta

um dedo de luz
na chuva oblíqua
um arco de cores
instala

um vôo desanda a rota

ninhos desovam

um triz
frio polar
oceanos que resvalam

torres se movem
pés desarvoram

espelhos que descamam
não consigo me achar

um mínimo
e já não me sou

de repente
algo me sonha

Fernando Campanella
In Blogger PalavreAres- Poemas,Crônicas & Imagens
tela Vasily Alexandrovich Kotarbinsky

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