09/07/2009


by Beatriz Milhazes

PERSEVERANÇA

Sofro pela espera longa e infundada,
pela flecha que saiu sem dar em nada,
pelo remo que quebrou sem navegar,
pela rocha que tombou,partiu-se ao meio
e brotou pedras onde eu quis colher centeio,
pela manhã que amanheceu sem se deitar.

Escuto a cotovia que insinua
que o cravo morreu, mas a terra continua.

Bendigo o chão por cada grão e me comovo.
Parto de novo.

Flora Figueiredo
In Chão de Vento

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