11/09/2009


by Sandro Botticelli

O CONFIDENTE DO AÇUDE

Violoncelo servidor de dois anjos.
Tudo é milagroso no vento.

O que é soberano é a viola
de águas sobre águas se movendo.

O confidente do açude é cego.
Quando adormece é açucena.

Açucena dourada de nada,
coroada pela presença

de três sentinelas azuis,
que se ferem de adágios e vasos,

vasos órficos à sombra de árvores.
Árvores imersas no vento do milagre,

vento que é balada número 2 de Chopin,
aqui ao lado do céu no olho do siri.

Fernando José Karl
In Casa de água

Nenhum comentário: