27/11/2009


by Claude Theberge

A INEXATIDÃO DAS ROTAS

Na geografia da tua boca
inundaram-se todos os mapas.

Sigo por estradas indivisas
dentro do tempo que me alaga.

Há meridianos em mim.
Hemisférios de solidões me abordam
Dormem.

Caminhos sinuosos me inclinam
ao abismo feroz da beira dos meus passos.

Restaram ainda uns pedaços
dos destinos que não cumprimos.
Nós: nortes contrários.
Temporais sem âncoras
e sem itinerários.

Pontos cardeais oscilantes no espaço
à procura da rosa dos ventos.

O amor sem bússola e sem instrumentos
navega sem direção?

Pertencem aos que não sonham
as rotas exatas?

Ou carecem de destino
Os tolos sem norte?

(Estes, que escrevem
e amam)

Patrícia Claudine Hoffmann

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