03/01/2010


by Guercino (Giovanni Francesco Barbieri)

A MÃO QUE ESCREVE

Por entre incríveis e encantados freios
a mão que escreve
ilumina
da simples palavra
o trabalho obscuro em seu dentro

Oh figura radiosa
que abismos são os teus
que anseios veemente não atende
a tua idealidade conseguida?

Dádiva da alma
que fala sem ter voz
que voa só para o único
e dá-se a conhecer só no oculto
tu és oferenda
a um infinito furor

A mão que escreve
prende a memória
a mais esquiva sereia.

Ana Hatherly
In A Idade da Escrita, 1998

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