03/04/2010
foto by Lady Lumley
Outono.Escuto o passo de um riacho
em meio à noite fria e cristalina.
Escuto esse vazio que desatina
onde procuro algo e nada acho.
As folhas caem, tudo cai no escuro,
nesses dias de verticalidade.
E quando me deparo com outra tarde,
o horizonte é um desgostado muro.
O céu é cinza. E fria a água do lago -
espelho opaco que nada reflete -
mas aqui dentro trago as mãos de um mago;
Invento sílabas que o tempo esquece
- nesse papel em branco em que me vejo -
e finjo que essa página me aquece.
Renato Tapado
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Lembrei de Pessoa ao ler esse poema do Renato... reminiscências, identificação.... bebemos de poetas que nos encantaram. Bom soneto. Bjos.
Postar um comentário