21/06/2010

A RETA SOBERANA



Tenha minha alma a inclinação dos juncos,
a verticalidade dos ciprestes,
a horizontalidade das lagoas...

E geometricamente reta, sempre
enfrente os paradoxos da existência,
tensa que nem o fio de um monocórdio.

Que minha alma se incline amando a terra:
vertical, toque o céu dourado de astros;
horizontal, guarde humildade eterna.

E sinta que, inclinada ou vertical,
segue efêmeros rumos, pois somente
a horizontal penetrará nas trevas:

- No silêncio infinito dos cadáveres,
todos imergiremos nos abismos
extraordinariamente horizontais...

Antonieta Borges Alves
In Lírios de Pedra
Tela Olivia's Flowers IV by Cheovan

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