Sutis aromas me embriagam e doces pensamentos me
[ embalam...
Quanta indulgência e ternura produz em nosso pensar
[ a vizinhança das frágeis flores!
Elas se riem em comum: malvas rosas e brancas flores ,
[ as margaridas
como se sobre o pátio um voo de borboletas de prata
[ se abatera.
Tímida é a abóbada vesperal, mais tímido ainda é o
[jasmim:
rosto imaculado que reflete a eterna melancolia
dos longínquos silêncios adormecidos e, na rosa de
[pétalas de cera,
aviva-se a dor que chora a alegria perdida dos dias
[de verão.
Quantas lembranças esquecidas nos retornam
[num perfume:
Dir-se-ia que a branca mão de um fantasma lança-me
[uma rosa vermelha,
uma imagem loura, por uma janela, passa em clarão,
[ depois se esvai docemente...
Ficou a flor na minh'alma como uma gota de sangue.
Puro como a malva-rosa era eu antigamente, quando
[sonhos prateados
eternamente me sorriam, como se ri a luz nas margaridas,
e doces passavam os dias e raramente perturbavam-me
[as dores...
Ah! lembranças, semelhantes à plumagem esquecida
[ nos ninhos abandonados.
Dimitrie Anghel
In Antologia da Poesia Romena
tela by Gabriela
Nenhum comentário:
Postar um comentário