21/07/2010

Ó MÃE



























Mãe, doce Mãe, do fundo silencioso dos tempos,
entre o murmúrio das flores me chamas a ti.
Sobre a cripta negra do túmulo sagrado,
o vento do outono agita as acácias;
levemente, movem-se os ramos, imitando a tua voz...
Eles sempre se moverão, eternamente dormirás.

Quando eu morrer,da paz em que descansas, não chores
[por mim.
Quebra um galho da humilde e suave tília,
enterra-o, com zêlo, à minha cabeceira
e deixa sobre ele cair a tua lágrima.
Sentirei, imediatamente, a sua sombra sobre o
[meu túmulo...
Sua sombra crescerá constantemente e eu dormirei
eternamente,Mãe.

Mas se, no entanto, ainda estivesses viva,
e se tivessemos, querida,
de morrer juntos,
que não nos transportassem
por entre os muros do cemitério.
Que cavassem a nossa sepultura
na orla fresca de um rio
e que nos colocassem, no mesmo esquife.
Assim estarias sempre deitada perto de mim...
Sempre choraria a água, passando...
e sempre,sempre, dormiríamos...
Sempre.

Mihail Erminesco
In Antologia da Poesia Romena
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