23/07/2010

O VAZIO



Nostalgia de ser barro e pedra ou Deus.
Fragilidade do sonho comove as nuvens.
Um habitante em Betelgeuse
urde a linguagem do horto.

Quem é tu, habitante do cadáver?
As palavras: búzios da verdade e da mentira.
Olho intruso filma claridade da alma.
Epidemia de jasmins no Paraíso.

A carne desgraçada e as árvores
se enlaçam e se acariciam.
O vazio da maré vazante.

Sonho sacudido pela luz
acorda o cadáver que esplende seu nada
entre poços de água doce.

Fernando José Karl
In Brisa em Bizâncio
foto by Galeria de AGrinberg no Flickr

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