20/07/2010

POUSAM OS ASTROS EM MINHAS MÃOS




“Morre-se pra durar.”
Vicente Cechelero

Ó constelar sensação do efêmero,
Vem meteoricamente do infinito:
Quero beber todas suas estrelas!
Numa bodega com Rimbaud e Pessoa.

Num trago áspero e mortal
Na esquina do mundo, na beira do Zênite
Contemplando o passar dos astros
E nossas eternas musas.

No final dos tempos, ainda não vividos,
Embriagar-nos-emos da lucidez absurda
Sem ter pena deste pobre corpo,
Desta matéria vã e finita.

E depois sairemos caminhando pela areia,
Nesta plenitude, na comunhão do êxtase,
A seguir passos já marcados pelo relógio
Previsível e irreversível do tempo...

Sentindo o frescor das espumas das ondas
Espraiando-se ao redor deste mundo,
Do mar que banha este véu intergaláctico
A que nós humanos, chamamos de imensidão.

Luis A.Rossetto de Oliveira
In A Rosa do Fim do Mundo
foto da Galeria de Ilikethenight

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