18/07/2010

SONETO





Quando a própria voz dos pensamentos se cala,
e em mim ressoa um canto doce e piedoso
então, te invoco; ouvirás o meu apelo?
Das brumas frias em que nadas, irás libertar-te?

Irão iluminar a noite profunda
os teus olhos grandes, portadores de paz?
Ressurges da sombra dos tempos idos,
para ver-te voltar - como em sonho, assim, viva!

Desces devagar...perto, mais perto,
aconchegas-te novamente sorrindo à minha face,
oh, teu amor com um suspiro mostra-o,

com tuas pestanas tocas as minhas pálpebras,
que eu sinta a vibração do teu abraço
perdida para sempre, eterna adorada.

Mihail Eminesco
In Antologia da Poesia Romena
Tela by Franz Xavier Winterhalter


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