27/07/2011

NOITE MORTA


Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.

Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbedo.

No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.

O córrego chora.
A voz da noite...

(Não desta noite, mas de outra maior.) 


Manuel Bandeira
In O Ritmo Absoluto
foto por Umm Travis

Um comentário:

Anônimo disse...

Não desta noite, mas de outra maior...