A cidade é cinza,
da cor da esperança
(o verde ficou
na antiga criança)
É pálida a tarde
como o amor agora
(ambos já tiveram
as cores da aurora)
Mas não há dois tempos,
passado e presente:
tudo é o mesmo conto
que jamais se mente
e põe no vazio
da cinza esperança
dos campos da aurora
de amor e criança
pois nada é presente
e nada é passado.
Tudo é o que é: apenas
real, porque sonhado.
Ruy Espinheira Filho
In Sob o Céu de Samarcanda
foto por Orange Leaf
Nenhum comentário:
Postar um comentário