20/09/2011

BALÉ ESPACIAL


 
Seremos eternos?
Sucessões
esféricas
no tempo.

Dentro de mim
não há
nada.
Dentro de mim,
o mundo.

Simples,
breve,
leve,
caminho sobre esferas
- degraus? -que me conduzem
ao extrato universal.

A leveza sutil
do planeta em rotação
eleva-se num balé essencial:
a dança fantástica de astros
improváveis.

Deus meu!
Quero navegar no rastro
de um astrolábio na segurança de seu passo,
dançarino encantado
do eterno suceder,
com a respiração mais elevada.

Sou de sempre,
miríades esféricas do instante.

Seremos eternos?

Onévio Zabot
In Arco de Pedra
tela de Tom Conway

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