24/09/2011

GALOPE DO RIO



Lembra o rio,
laço trançado,
soberbo cavalo
de crinas brancas,
a galope.

Nele a rebeldia
põe esporas e poncho,
carrega a neblina
nas abas do chapéu,
a galope.

Alguém o espera,
longe da terra,
em pleno mar,
gaivotas douradas,
a galope.

Vai o rio
afagando às matas,
apegado em tuas mãos,
a galope.

Peixe aos pobres,
leva aos cestos,
assenta o sossego
dos barcos,
a galope.

Longos ou pequenos,
todos os rios
na brancura do caminho,
na trilha do tempo,
a galope.

Onévio Zabot
In Arco de Pedra
foto por Jhetson

2 comentários:

Maria José Speglich disse...

Olá!
Você conhece alguma poesia de Candeias Nunes?

Obrigada!

Luiza França disse...

Lindo Dione... me fez viajar, num barco pequeno, enquanto vejo o sol caindo e os pescadores voltando, com suas redes carregadas ou vazias.