25/10/2011

SILÊNCIO TOTAL



A manhã brilhante
saturada
lavra
um desejo de aconchego
na poesia da cidade -
voltas de luz e sombra
como num teatro de marionetes
despontam das sementes
tombadas no chão
é uma hora antiga
medida por uma ampulheta
onde ventos de bolina
carregam promessas
de outros fados
e mistério
mas não avisto o sol
o silêncio total
abstracto
desperta
um beijo profundo
todo ele suspenso
na rotura do olhar
submerso

João Maria Nabais
In Sons da Urbanidade
tela Pierre Bonnard

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