24/10/2011

O TEMPO IMÓVEL


O calor de seu canto vai parando
a tarde. Um pássaro canta.
Ao campo e à tarde a chama do verão
seu canto vai levando.

Fica parado dividindo a várzea
um marinheiro rio. A várzea morta,
o rio sem passar e o pássaro 
que o sono do verão leva no canto,

e o tempo de lazer o tempo de jazer
antes da morte mais profunda. A sombra 
do campo claro a sombra do silêncio.

nasce do canto e do calor e dura
para na terra pobre o mata-pasto
para no campo o coração da tarde.

H. Dobal
In O Tempo Consequente
foto por Jadedhills2010

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