09/10/2011

ROMANÇAS SEM PALAVRAS


II

Chove, de manso, na cidade.
(Arthur Rimbaud)

Chove em meu coração
como chove lá fora.
Porque esta lassidão
me invade o coração?

Oh! ruido bom da chuva
no chão e nos telhados!
Para uma alma viúva,
oh! o canto da chuva!

E chora sem razão
meu coração amargo.
Algum desgosto? - Não!
É um pranto sem razão.

E essa é a maior dor,
não saber bem por que,
sem ódio e sem amor,
eu sinto tanta dor.

Paul Verlaine
Tradução Onestaldo de Pennafort 
Festas Galantes
tela Avery Tillmon

Um comentário:

Borboleteando disse...

Lindo!
Obrigada por compartilhar...
Bjs,lindo domingo