Ouvir um sino é como abrir o tempo.
O tempo nítido de uma cidade
ornada de andorinhas e silêncio.
Um tempo que se estende desde o alto
das casuarinas às vagas colinas
em que morre o horizonte e onde um tesouro
de esperanças oferta-se em caminhos
vastos de amores, glórias, ilhas de ouro.
Respirar esse tempo é azul e calma
sobre quintais, varandas,cães,meninos
e meninas serenas e de tranças,
e sonhos de distâncias e destinos
em nós adormecidos e acordados
por esse dia aberto à luz de um sino.
Ruy Espinheira Filho
In Sob o Céu de Samarcanda
foto por alykat
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