As cantigas do tempo que me envolvem
não são apenas as que me envolvem,
serenas, às ondas do mar de Vigo.
Vêm de eidos, eiras, muros e travessas,
formam de um puzzle as incontáveis peças,
mas me rondam e estão sempre comigo.
Não são distantes peças de antiquário
ou jazigos de um parque funerário.
São estufas repletas de ar amigo.
A música do tempo me transporta,
como um menino, à intransponível porta
que se antepõe ao amigo e leva ao tigo.
Essa canção do tempo corta a ria
e me conduz à arcaica romaria
sobre as ondas anciãs do mar de Vigo.
Reynaldo Valinho Alvarez
In Galope do Tempo
foto por Germán Cruces Rajoán
Nenhum comentário:
Postar um comentário