Vai-se a primeira pomba, despertada...
Vai-se a outra mais...mais outra...enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando, as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Raimundo Correia
In Poesia
2 comentários:
Perfeito, teu blogger é uma perfeição, um hino ao bom gosto e a bela poesia.
Parabéns, querida amiga.
Bjs.
Obrigada,Madalena!,Grande parte do que sei sobre poesia devo a você.
Obrigada,querida Amiga e Mestra.
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