09/03/2012

POESIA,VERSÍCULOS


I

Tão real em sua idealidade,
não é de facto, nem de prosa.

II

Vem de longes, sem anúncio ou alarde -
de quando era a cor da pele a palavra.

III

Abro-lhe a janela, que se hospede
mas que arrume novamente o quarto.

IV

Bate-me com os pés seu ritmo,
faz-me dançar qual índio, imberbe.

V

Vive a me lembrar seus cânones,
intemporal, nem se importa
com que os ventos mudem
e que com eles girem as palavras.

VI

Fica o tempo que determina,
que lhe agrada.

VII

Quando parte, sem acordo de volta,
deixa-me síncopes, lapsos
que entrecortam madrugadas.

Fernando Campanella
tela Zsolt Zsigmondn

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