I
Tão real em sua idealidade,
não é de facto, nem de prosa.
II
Vem de longes, sem anúncio ou alarde -
de quando era a cor da pele a palavra.
III
Abro-lhe a janela, que se hospede
mas que arrume novamente o quarto.
IV
Bate-me com os pés seu ritmo,
faz-me dançar qual índio, imberbe.
V
Vive a me lembrar seus cânones,
intemporal, nem se importa
com que os ventos mudem
e que com eles girem as palavras.
VI
Fica o tempo que determina,
que lhe agrada.
VII
Quando parte, sem acordo de volta,
deixa-me síncopes, lapsos
que entrecortam madrugadas.
Fernando Campanella
Tão real em sua idealidade,
não é de facto, nem de prosa.
II
Vem de longes, sem anúncio ou alarde -
de quando era a cor da pele a palavra.
III
Abro-lhe a janela, que se hospede
mas que arrume novamente o quarto.
IV
Bate-me com os pés seu ritmo,
faz-me dançar qual índio, imberbe.
V
Vive a me lembrar seus cânones,
intemporal, nem se importa
com que os ventos mudem
e que com eles girem as palavras.
VI
Fica o tempo que determina,
que lhe agrada.
VII
Quando parte, sem acordo de volta,
deixa-me síncopes, lapsos
que entrecortam madrugadas.
Fernando Campanella
tela Zsolt
Zsigmondn
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