Se velho ou jovem, é sempre assim que sinto:
Na noite uma montanha, uma mulher silenciosa
ao balcão,
Ao luar a leve curva do branco caminho,
De saudades arranca-me do peito o coração.
Oh!Mundo ardente, mulher branca ao balcão,
Distante o rolar do trem, no vale o uivar do cão.
Oh! Como mentis, como me enganais, que amar-
go,
Apesar de tudo és meu delírio, meu mais doce tor-
por.
Inúmeras vezes tentei o caminho da terrível "ver-
dade"
Onde câmbio e lei, assistente e moda dominam,
Porém só, sempre escapei, desiludido mas em
liberdade
Para lá onde o sonho e a abençoada loucura fer-
vilham.
Na árvore vento cálido da noite, morena cigana,
Mundo de louca saudade e perfume de poesia.
Magnífico mundo a quem sempre me entreguei,
Onde tuas faíscas me fulminam e tua voz me
chama.
Hermann Hesse
In Caminhada
Nenhum comentário:
Postar um comentário